TM Jobs Prestigia VI Fórum de Saúde Corporativa e Medicina do Trabalho

Tania Machado, CEO da marca, moderou diálogo sobre boas práticas em gestão de saúde populacional

25 de setembro de 2018

A edição 2018 do Fórum Saúde Corporativa e Medicina do Trabalho, evento promovido pela ABPRH (Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos) no último dia 13 de setembro, em São Paulo, debateu alguns dos principais temas relacionados à gestão e saúde. Dentre os diálogos promovidos ao longo do dia, destaque para “Boas práticas em Gestão de Saúde Populacional”, encontro moderado por Tania Machado, CEO da TM Jobs, e que tratou do impacto da atenção primária em saúde e ações integradas de prevenção como parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

“Todos nós precisamos ter consciência do quanto é preciso cuidar melhor da nossa saúde e de cada um de nós, pois somos responsáveis por isso”, comentou Tania durante a apresentação.

Tratando do exame médico periódico como oportunidade para definição da linha de cuidado, Leonardo Piovesan Mendonça, coordenador de Saúde Ocupacional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, mostrou a forma como o hospital cuida de seus colaboradores, por meio de um centro de atenção, com programas que giram em termos de promoção de saúde e qualidade de vida, cuidando da saúde ocupacional e da segurança, e também fazendo a gestão do benefício da saúde. “Aliada à experiência, reconhecida nacional e internacionalmente, de mais de dez anos de cuidado da saúde do colaborador, o Oswaldo Cruz conta com uma equipe de projeto multidisciplinar, disponível para construção conjunta de soluções adaptadas a cada realidade”, salientou.

Como resultado das ações implementadas pela instituição, o número de pessoas que faz 30 minutos ou mais de atividade física moderada em cinco ou mais dias por semana, dentro da população atendida, aumentou 25% entre 2010 e 2017. No tocante aos hábitos alimentares, houve aumento de 32% no número de pessoas que comem porções de frutas duas ou mais vezes por dia e relevante aumento de 158% no número de pessoas que comem porções de grãos integrais três ou mais vezes ao dia, atestando assim o quanto os programas de conscientização em saúde são importantes.

O reflexo desse investimento foi que todos os indicadores de fatores de risco apresentaram queda no mesmo período mencionado. O número de hipertensos caiu 37%; o número de pessoas com distúrbios endócrinos e metabólicos encolheu 35%; e o número de tabagistas baixou 46%. “Até mesmo os níveis de estresse são medidos e apresentaram baixa de 31%”, comentou Mendonça. O sucesso do programa foi tanto que em 2015 outras empresas começaram a demonstrar interesse na ideia, e uma adaptação do programa para outros tipos de negócio passou a ser estruturada pelo hospital e oferecida in company.

Na sequência, Fernando Akio Mariya, gerente médico da Procter & Gamble, falou das ações integradas de prevenção e promoção de saúde na gestão de saúde populacional dentro da P&G. “A medicina dentro das companhias evoluiu e o novo desafio é que o médico dentro das instituições seja como um coach de saúde e faça benchmark para conhecer as práticas das outras organizações”, comentou relembrando que os cuidados ultrapassaram os muros da empresa, tendo de abarcar os dependentes e familiares dos colaboradores, chegando às comunidades.

Citando uma pesquisa do National Business Group on Health, ele afirmou a importância da saúde financeira, visto que o estudo mostra que a situação financeira dos empregados é sua fonte número um de estresse. “Funcionários em dívida passam a trabalhar preocupados, o que pode gerar insônia, dores de cabeça e depressão, todos itens associados a decréscimo de produtividade”, explicou. “Garantir uma forma de o profissional se planejar financeiramente para que não caia em uma dívida pode ser um ponto importante.” Segundo o National Business Group on Health, os empregadores no mundo estão oferecendo uma variedade de soluções para ajudar os funcionários a reduzir o estresse relacionado ao financiamento que vai muito além do planejamento tradicional de aposentadoria.

O especialista também apresentou visões sobre a saúde emocional dos indivíduos, visto que experimentar emoções positivas leva a benefícios duradouros para o bem-estar dos funcionários e para o resultado da organização, e sobre conexões sociais que, englobando relacionamentos positivos de apoio e pertencimento social, são um dos preditores mais potentes ao bem-estar. “O que tem acontecido muito é que as pessoas estão exagerando no trabalho e, por conta disso, deixando de socializar, o que afeta seu bem-estar e sua saúde por consequência”, declarou Mariya.

Responsabilidade social e sustentabilidade – Gracia Fragalá, diretora do Comitê de Responsabilidade Social da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), fechou o painel abordando os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e a competitividade dos negócios. Citando o presidente da Assembleia Geral da ONU, Miroslav Lajčák, ela afirmou que os ODS precisam das empresas, mas elas também precisam dos ODS, que constituem uma ambiciosa lista de tarefas para todas as pessoas, em todas as partes, a ser cumprida até 2030.

“Desde que começamos esse fórum estamos falando dos custos da saúde e do seu impacto para os negócios. As corporações que têm olhado para essa Agenda 2030 têm visto tesouro, pois aquilo que era uma coisa de governo – tirar comunidades da pobreza – virou oportunidade de negócio”, declarou.

Para a especialista, a disseminação da Agenda 2030 faz ainda com que empresas alinhadas aos ODS tenham suas marcas fortalecidas junto à sociedade. “De tudo o que eu vi aqui, todo mundo já está se superando no atendimento às necessidades da instituição dos seus portões para dentro, então o meu desafio é o mesmo que propõe a ONU: não deixar ninguém para trás. Quando vocês forem fazer qualquer coisa dentro da organização de vocês, olhem o todo e não deixem ninguém para trás”, finalizou.

Encerrando o debate, Tania Machado, que também atua como vice-presidente de eventos da ABPRH, sugeriu que no fórum do ano que vem seja abordada a visão do colaborador como paciente: “Precisamos ouvir a experiência desse elo da cadeia, do quanto tudo o que estamos fazendo aqui é importante.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima