O ano é 2025

O ano é 2025, mais precisamente junho. Reunião de revisão de metas e planejamento 2026. De repente alguém começa a lembrar. Gente, em junho de 2020 fizemos pela primeira vez essa mesma reunião remotamente. Lembram? Muito acenam a cabeça, ligam seus microfones e falam que sim.

Já tínhamos traçado ainda em 2019 todo o planejamento de 2020 que iria dar excelentes resultados e tivemos que refazer tudo. Quem já estava aqui na segunda quinzena de março? Várias mãos se erguem, vários microfones se abrem quase que incrédulos porque parecia tudo tão distante e ao mesmo tempo tudo tão próximo.

Já tínhamos sinais no final de 2019 que havia uma doença diferente, um tal de Corona vírus, lá na China. Mas a China está longe! Não chega aqui não. Mas aí começam os primeiros casos vindos da Europa. De repente a COVID 19 está aqui e nossa vida corporativa e pessoal vira de ponta cabeça.

Como fazer com as reuniões do conselho e dos gerentes? Bom, deverão ser remotas. Mas nunca deu certo. Agora “vai ter que dar”. E os funcionários da administração vão trabalhar remotamente? Sim terão que trabalhar remotamente. E os que não têm computador em casa? Bem lembrado. Vamos organizar uma estação de trabalho em suas residências mandando notebook e monitor pagando a internet local para eles. OK? Isso será benefício ou entrará no salário? Veja no RH. Falem com o jurídico. Como vamos controlar acessos e produtividade? Da mesma maneira que fazíamos presencialmente. Será que vai funcionar? Funcionou.

Bom a história todos lembram. Acabamos nos acostumando a essa forma de trabalho que na época chamamos de “novo normal”. Mantivemos nossa reputação no mercado e construímos um forte laço com os colaboradores. A liderança agiu no momento certo. Todos colaboraram.

Ficou claro para a maioria dos executivos e lideranças que a necessidade nos obriga a mudar e aceitar as condições que se impõe para mantermos um negócio aberto, viável garantindo empregos e renda para os nossos funcionários e para nós mesmos. Muitos não conseguiram. Toda mudança leva a ajustes. Quando Gutemberg em 1439 inventou um sistema mecânico de tipos móveis dando início a revolução da imprensa os escribas ficaram com menos trabalho. Houve quem dissesse que os livros feitos através da imprensa não teriam a mesma qualidade, mas em contrapartida a leitura e o conhecimento tiveram uma disseminação em massa. Foi uma revolução para a sociedade da época. Toda modernidade assimilada gera um desapego da tecnologia anterior. Faz parte do progresso e da necessidade de adaptação.

Voltando a 2025. Nossas reuniões continuam remotas e com excelente produtividade. Nossos funcionários se adaptaram bem ao trabalho remoto e no domicílio. Lembro que demos até a opção de volta ao escritório e vários funcionários declinaram falando que tinham mais tempo para a família porque perdiam menos tempo em deslocamento.

Muitos cidadãos morreram devido à pandemia. Foi uma tristeza só. Ainda bem que conseguiram desenvolver um medicamento retroviral para tratar a doença e a vacina conseguiu ser desenvolvida em tempo recorde e imunizou a população que pôde assim voltar a se deslocar mais livremente pelas cidades. As famílias puderam se reencontrar e nossos idosos que não entendiam nada de tecnologia passaram a usar as mídias sociais com mais destreza. Ficamos mais atentos à limpeza das mãos e das superfícies. Aprendemos que podemos usar máscara quando estamos com sintomas de gripe, costume que os orientais já tinham e nós por aqui aprendemos a assimilar. No final tudo se acertou, se ajustou.

Goldete Priszkulnik

goldete.consulte@gmail.com

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