Avanços na saúde suplementar e impactos na saúde pública

A medicina avança a passos largos. A grande maioria dos procedimentos hoje existentes e aplicáveis não existiam há duas décadas. Lembremos que o lançamento do smartphone aconteceu há menos de uma década e meia. E esse dispositivo abre um mundo novo repleto de oportunidades, com a tecnologia “vestida”. Os continuados avanços na nanotecnologia e na edição genética com a CRISPR abrem um mundo novo de esperanças e possibilidades. Esses avanços fazem sentido se ajudam a melhorar a reduzir a doença e o sofrimento e a prolongar os tempos de vida saudável. E isso vem ocorrendo em todas as sociedades que se desenvolvem. Há obviamente exceções, nas sociedades que optam que elevam o consumo de álcool, tabaco e outras drogas e migram para padrão alimentar calórico e gorduroso. Questão de informação e escolhas.

Mas se a tecnologia traz benefícios, ela também contribui para aumentar as despesas per capita na saúde. De diversas formas. Para começar, pela adoção em si, pois normalmente a tecnologia recém lançada e incorporada tem custos altos que se acrescem às despesas já em curso.

Além disso, tem outros efeitos que terminam por elevar os gastos na saúde. Primeiro, porque torna elegíveis a procedimentos cirúrgicos complexos pessoas a quem antes não eram recomendados – um enorme benefício para os que precisam e mais gastos para todos. Segundo, porque tende a converter doenças agudas, incuráveis e terminais em doenças crônicas que exigem cuidado continuado por anos sucessivos, como nos casos da AIDS e das neoplasias.

Essas tecnologias vêm sendo incorporadas no sistema de saúde suplementar, que assim ajuda a financiar a modernização da medicina. Algumas importantes incorporações dos últimos anos foram as medicações antineoplásicas orais para uso em ambientedomiciliar.

Muitas vezes a saúde suplementar lidera a incorporação; outras vezes setor público. Em qualquer dos casos, a adoção logo se estende para o outro setor. Ambos experimentam o impacto nos custos. Desejamos a incorporação e precisamos ter ciência de seus custos.

José Cechin – Superintendente Executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS)

Contato: jcechin@iess.org.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima