Atenção Primária à Saúde é definida desde a década de 1970 através de quatro atributos nucleares que foram primeiro descritos por documentos do governo norte americano e depois pela pesquisadora Barbara Starfield, Professora Emérita da Johns Hopkins. São eles:
- Acesso
- Longitudinalidade
- Coordenação
- Cuidado abrangente (do inglês “comprehensiveness”, também traduzido como integralidade)
Muitas vezes no Brasil se associa este setor do cuidado com conceitos que não são definidores como prevenção, condições crônicas e vulnerabilidade social. A APS é estruturante e certamente tem que lidar com estas áreas mas quando se utiliza estes conceitos para definir a própria APS a parte é tomada pelo todo e há um enorme risco de uma aplicação desvirtuada.
O termo atenção primária à saúde apareceu pela primeira vez no lendário Relatório Dawson de 1920 organizado pelo médico da coroa inglesa que batiza o documento. Este relatório previa uma rede de serviços com centros de atenção primária e secundária e hospitais terciários. Portanto, o termo primário existe em distinção a secundário e terciário, além de denotar “primeiro contato”. Desta forma, só é possível a existência da atenção primária caso exista também a secundária e a terciária, ou seja, uma rede de serviços. No setor suplementar brasileiro a atenção primária não se distingue da secundária e muitas vezes nem da terciária sendo executada pelos mesmos profissionais em uma rede caótica e pouco funcional. É esta a situação posta e que precisa ser reestruturada.
Gustavo Gusso – gusso.gustavo@gmail.com