Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) as infecções hospitalares são consideradas um evento adverso grave e um sério problema de saúde pública, em razão da resistência bacteriana e da escassez de novos antibióticos para tratamento. De acordo com um estudo liderado pelo economista britânico Jim O’Neil, as superbactérias poderão matar, a partir de 2050, 10 milhões de pessoas por ano, e as perdas econômicas seriam de US$ 100 trilhões de 2014 a 2050.
O ambiente hospitalar é visto como um grande reservatório de microrganismos e um fator contribuinte para a transmissão cruzada de infecções. Nos últimos anos se tem observado um grande movimento da indústria para o desenvolvimento de novas tecnologias que contribuam para a desinfecção de alto nível dos estabelecimentos de saúde.
Hoje, o HyperDryMist compõe a terceira geração de robôs para desinfecção ambiental e a Guima Conseco é representante exclusiva.
De que forma essas tecnologias podem colaborar para a prevenção de infecção e otimização dos custos hospitalares é o tema que a enfermeira Ellen Dreger, consultora da Guima Conseco, esclarece nesta entrevista.
1) Quando se fala em resistência bacteriana, as pessoas tendem a pensar em antibiótico. Mas não é só isso. Já chega aos produtos químicos?
Uma conhecida frase reportada como sendo de Darwin já dizia: “Não sobrevive o mais forte, nem o mais inteligente, mas sim o que melhor se adapta a mudanças”. E as bactérias estão aí para nos mostrar isso. Tidas como os seres mais antigos do mundo, apesar de sua estrutura celular bastante primitiva, desenvolveram ao longo dos anos elaboradas ferramentas para sobrevivência.
Por isso, todo e qualquer recurso químico, seja um antibiótico, seja um desinfetante de superfície ou um antisséptico, deve ser usado com cautela e sabedoria, para que assim possamos frear a resistência microbiana e minimizar as chances de sobrevivência dos germes patogênicos em nosso meio.
2) Isso se aplicaria a um quarto de hospital, por exemplo?
Sim. Muitas espécies bacterianas, assim como alguns tipos de vírus e fungos, são capazes de sobreviver no ambiente de cuidado ao paciente por um longo período. Quando as técnicas de limpeza/desinfecção não são aplicadas de maneira adequada, é gerada uma chance de sobrevivência para aquele microrganismo, que em situações favoráveis poderá duplicar sua população a cada 20 minutos.
3) E isso significa que…
Isso significa que apesar de haver protocolos bem descritos para a limpeza terminal, sua execução é falha. Consequentemente, temos muitas vezes a entrega de um ambiente visualmente limpo, porém comprometido microbiologicamente, podendo aumentar a pressão de seleção bacteriana, que por sua vez poderá colonizar, ou até mesmo infectar um paciente, dependendo de sua suscetibilidade, colaborando assim para o aumento do tempo de internação, dos custos com tratamento e das taxas de morbimortalidade.
4) Você disse que a tecnologia é aliada para a limpeza de ambientes hospitalares. Como melhorar esse cenário?
A tecnologia serve para suprir nossas necessidades e superar nossas incompetências. Os estudos científicos vêm deixando cada vez mais evidentes as fraquezas do processo manual que contribuem para o tempo de sobrevida e resistência microbiana às soluções desinfetantes, fortalecendo a ocorrência de eventos adversos.
Os robôs que promovem a desinfecção ambiental não vêm para substituir a mão de obra humana, visto que a limpeza para remoção da sujidade visível é necessária. Essa tecnologia atua diretamente na desinfecção ambiental de alto nível, visando garantir a eliminação desde esporos de Clostridium difficile até vírus lipídicos como os do HIV, das Hepatites B e C, para a entrega rápida, eficaz e segura do leito ao paciente subsequente.
5) Como funcionam equipamentos como o HyperDryMist?
O HyperDryMist compõe a terceira geração de robôs para desinfecção ambiental. Seu funcionamento consiste num efeito sinérgico entre seu modulador microaerossolizador e o desinfetante 99S, que se dá após a inclusão de dados como número do quarto e metragem cúbica do ambiente. Quando as informações solicitadas são incluídas, o alerta sonoro e a contagem regressiva são iniciados, para que o profissional deixe o ambiente em segurança. Feito isso, o modulador aerossolizará a quantidade de desinfetante proporcional à metragem cúbica do local, ou seja, se o ambiente tem 30 m3 o HyperDryMist liberará 30 ml de desinfetante. Esse aerossol seco liberado no ambiente é composto por microgotículas de peróxido de hidrogênio e íons de prata, que assumem o comportamento físico-químico de um gás, espalhando-se fácil e uniformemente por todo o local, mobília e equipamentos presentes, garantindo a rápida eliminação dos microrganismos via processo de oxidação e deixando no ambiente um efeito bacteriostático, o que impede a reprodução microbiana no local. A Guima Conseco é a representante exclusiva do HyperDryMist.
6) Você pode listar as vantagens desse método?
Há dezenas de publicações contendo as experiências de usuários da tecnologia HyperDryMist, que tem se mostrado altamente eficaz em reduzir a pressão de colonização dos microrganismos no ambiente, diminuindo novos casos de colonização e infecção bem como custos hospitalares.
Um estudo com essa tecnologia conduzido em Lodi, na Itália, mostrou a eficiência do HyperDryMist em um surto por Clostridium difficile (CD). Na Europa uma única infecção por CD custa € 9000. Durante os dez meses de estudo com o robô, observou-se redução de 77% dos casos de infecção por CD, bem como economia de € 1.490.000 com redução total no tempo de execução e entrega do leito em 50%.
O robô HyperDryMist é bastante versátil, tem protocolos de uso personalizados para cada tipo de instituição e pode ser usado em qualquer local. Elimina 99,9999% de qualquer tipo de microrganismo, permite a entrega de oito leitos em até duas horas, é 100% biodegradável, ecologicamente correto, compatível com qualquer tipo de superfície, econômico, fácil de usar, apresenta baixo consumo de energia elétrica e emite relatório de rastreabilidade contendo todas as informações do processo. Gosto de brincar que esse robô é um verdadeiro dedo-duro, pois tudo fica registrado nele, e, se um profissional tentar burlar algum processo, ou manuseá-lo de forma equivocada, ele irá exibir a ocorrência no relatório. Com isso, o tempo de treinamento destinado aos auxiliares de limpeza também é reduzido, uma vez que a orientação profissional passa a ser pontual, possibilitando validar a efetividade do treinamento realizado.
Ellen Dreger: ellen.cardoso@am3k.com.br